Silencio
A
juventude não ficará para sempre, elas nos come pouco a pouco, como um verme
que come a nossa carne morta, mas não, não eu não serei assim quero que meu
corpo queime e que as cinzas sejam uma lembrança da minha breve existência,
pouco a pouco suprimo todo o ar que foi me dado, talvez eu quisesse que ele
acabasse logo, talvez os sussurros da morte me façam querer partir, a morte me
aguarda em vigília. Onde está à lembrança de meus dias? Se não engarrafada
junto a outros sentimentos alheios, eu os condeno, mas não posso negá-los apenas
o abraço fortemente, minha alma grita em constante pavor, mas eu não a escuto,
pois sou uma hipérbole injustificável, um sonho provavelmente sonhado por meu
sonhador, um pesadelo nas mãos de que consente a verdade já extinta em corações
tão malignos, o choro, que por dentro corroí todo o corpo, como um ácido que
circula em veias singulares, ousa os sussurros castigando sua existência,
milhares de pensamentos imundos que devastam e manipulam e eu aqui nesse escuro
com medo e sozinha guardando na melancolia à hora chegar, e vai chegar,sempre
chega para aqueles que esquecem que chegará, é uma apenas, uma pequena carta,
uma recordação de mim, de nós, sou uma coisa que já foi viva, mas o pensamento levou-me
a escuridão nela permaneci como um objeto imóvel e aqui ficarei em meu próprio
inferno onde todos vão parar... Nenhum vento, nenhum barulho. O silencio é uma
condenação...
Comentários